Segundo a autarquia, oferta para rodada de novembro será de 40 bilhões de barris in situ

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, afirmou que a autarquia recomendou ao governo federal que os leilões para exploração de petróleo no pré-sal sejam realizados pelo menos a cada dois anos, por conta da grandiosidade das áreas que devem ser ofertadas.

Para a diretora-geral da ANP, a reserva de petróleo do pré-sal é equivalente a todas as descobertas no país e, por isso, ela não acredita na realização de um leilão por ano

Magda ressaltou que para o primeiro leilão de áreas do pré-sal, previsto para novembro e em estudos pelo governo, a oferta será de cerca de 40 bilhões de barris in situ — acumulação de petróleo em uma determinada região, em reservatórios descobertos ou de existência inferida, mas não significa que todo volume é recuperável. Neste caso, o volume recuperável seria de 10 bilhões de barris de petróleo.

“A reserva potencial é equivalente a todas as reservas descobertas no país, nos últimos 60 anos. Por isso, não acredito na realização de um leilão por ano”, completou Magda. Segundo ela, o campo de Libra, que pode conter até 18 bilhões de barris de petróleo in situ — entre 4 e 5 bilhões de barris recuperáveis —, pode ser ofertado em novembro.

A executiva disse ainda que as reservas brasileiras de gás de fontes não convencionais podem ser maiores do que as do pré-sal. Entretanto, frisou se tratar apenas de uma estimativa baseada em um exercício feito pela autarquia.

Próximas rodadas

De acordo com Magda, a ANP vai incentivar os investidores a instalarem termelétricas, aproveitando o gás natural da Bacia do Parnaíba, na 12ª rodada, que será realizada no segundo semestre. Caberá à autarquia indicar o trajeto das linhas de transmissão já existentes. A medida se baseia em iniciativa da OGX, que construiu uma termelétrica no Maranhão.

Sobre a 11ª rodada, em maio, Magda afirmou que a autarquia reavalia a participação da HRT como operadora de águas profundas. Segundo ela, a comissão de licitação vai rever a experiência da empresa neste tipo de operação.

Magda disse ainda que a ANP planeja a realização de rodada de leilões de bacias maduras para as empresas de pequeno e médio porte, já em 2014.

Chevron

Na manhã de ontem, foi liberada a documentação de segurança operacional para a plataforma da Chevron no Campo de Frade, afirmou Magda. Com isso, a empresa tem autorização para voltar a produzir. Ela disse que a produção inicial deve ser de 20 mil barris/dia, um terço do volume em produção antes do vazamento de novembro de 2011. A empresa, entretanto, ainda não está autorizada a fazer injeção e perfurar poços profundos, o que depende da avaliação das causas do segundo incidente em Frade, em 2012, ainda sem data para ser concluída. Magda participou de almoço realizado pelo Lide-Rio, ontem, no Rio.