Presidente da Empresa Olímpica Municipal, Joaquim Monteiro mostra confiança na breve solução para a longa briga judicial envolvendo as obras por questões ambientais

Em sua última visita de inspeção ao Rio de Janeiro, no início deste mês, a Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional para os Jogos Olímpicos de 2016 elogiou os avanços da cidade nos últimos meses. Apesar disso, o impasse judicial envolvendo a construção do campo de golfe ainda é um dos pontos de preocupação.

Nesta terça-feira, em um evento para empresários no Rio, o presidente da Empresa Olímpica Municipal, Joaquim Monteiro, comentou o assunto e garantiu que a prefeitura já apresentou para o Ministério Público todas as explicações necessárias para encerrar de vez o imbróglio sobre a questão ambiental envolvendo o terreno.

– O Brasil é um país democrático. Não só o golfe tem os seus questionamentos, como outras obras desta dimensão, como a do Porto Maravilha. O Ministério Público faz os seus questionamentos, e cabe a prefeitura apresentar as questões e as informações. Então, a gente já apresentou tudo para o Ministério Público. Eles estão analisando e deram o prazo de até o fim deste mês para se pronunciar. Fizemos todo o dever de casa. O campo de golfe está com todas as licenças e vai passar a ser um parque público, em uma área que estava totalmente degradada, sem significado. É um benefício enorme – garantiu Joaquim Monteiro.

No encerramento da última visita da Comissão do COI, há 20 dias, o golfe foi um dos assuntos mais abordados durante a entrevista coletiva para a imprensa. A presidente da comissão, Nawal El Moutawakel, no entanto, preferiu não responder sobre o impasse judicial envolvendo a construção do campo e passou a palavra para Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio 2016, que, por sua vez, atribuiu a questão à prefeitura. O prefeito Eduardo Paes, porém, não estava presente na reunião.

Depois de liderar um seminário para representantes do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), com o tema “Rio 2016: construindo a cidade olímpica”, Joaquim Monteiro mostrou confiança no fim do impasse ainda este mês.

O presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM) também garantiu que o COI está muito satisfeito com os avanços obtidos pela cidade desde março, data da visita anterior. – Foi a melhor visita que eles fizeram. Eles puderam ver com seus próprios olhos que as obras estão avançando a passos largos. Não só as do Parque olímpico, como as obras de mobilidade e as de Deodoro, que eram os principais questionamentos deles. Está tudo dentro do cronograma e do orçamento – disse o presidente, que afirmou em sua apresentação que 55% das instalações estão “praticamente prontas”.

O Complexo de Deodoro, que antes era tratado como um dos principais “problemas”, agora já não é mais motivo para tanta preocupação. Segundo Joaquim Monteiro, o que realmente ainda é uma grande questão para EOM é a construção e manutenção da instalação da canoagem slalom.

– O que era um problema virou um desafio. Não temos tempo para perder aqui, mas está tudo sob controle. O que tira o meu sossego em Deodoro é a corredeira artificial para as competições de canoagem slalom. A gente tentou com todos os esforços levar essa competição para Foz do Iguaçu, mas não tivemos sucesso. Em todos os Jogos Olímpicos, é impossível ter apenas só bônus. Tem o ônus e o bônus. Eu diria que o nosso desafio é a manutenção dessa corredeira. É a instalação mais complexa, a obra que exige mais esforço.

Fonte: Globo Esporte – Matéria de Lydia Gismondi