Evento promovido hoje pelo LIDE mostrou a mudança de comportamento que está acontecendo no setor de shopping centers nos últimos anos
São Paulo, 26 de fevereiro – “Precisamos reacender a confiança dos executivos em nosso País. já tivemos outros momentos de crise e superamos. É possível reverter esse quadro”. Com essas afirmações, Marcos Gouvêa de Souza, presidente do LIDE Comércio e da GS&MD, abriu o 2º FÓRUM BRASILEIRO DE SHOPPING CENTERS, ocorrido nesta manhã, no Hotel Grand Hyatt. Promovido pelo LIDE, presidido por João Doria Jr., e pelo LIDE COMÉRCIO, o evento recebeu 320 grandes empresários do segmento para debater os desafios, do presente e do futuro, para o crescimento do setor no Brasil.
Para João Doria Jr., “o principal objetivo do encontro é discutir as oportunidades que podem ser encontradas nestes desafios”. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve presente na abertura e destacou que o setor de shopping centers além de aquecer a economia, é campeão na geração de emprego e renda. Segundo ele, os centros de compras não só promovem lazer e entretenimento, mas são essenciais para o desenvolvimento econômico ao alavancarem o setor de infraestrutura e logística.
Ainda no tema de que um shopping center vai muito além de um centro de compras, Marcelo Carvalho, co-presidente da Ancar Ivanhoe destacou diversos empreendimentos que concentram uma grande variedade de serviços que funcionam em harmonia. “Precisamos entender as necessidades dos clientes que estão cada vez mais exigentes e conectados, precisamos surpreendê-los também com experiências emocionais nas quais a venda se torna uma consequência”. Durante o debate, que contou com as participações de Eduardo Acuña, presidente da Cinépolis Brasil; Emílio Medina, presidente da Kidzania e Glauco Humai, presidente da Abrasce – Associação Brasileira de Shopping Centers, os líderes reforçaram que o desafio é transformar o shopping center em um centro de convivência da comunidade e que o Brasil está na vanguarda desse movimento.
Arquitetura, Inovação e Design
Além da questão comportamental, há uma mudança também na questão logística destes novos centros de convivência. Para Bernardo Fort-Brescia, arquiteto e fundador da ARQUITECTONICA, a atual tendência para o design de centros comerciais está em sua integração com o espaço urbano exterior. Para o empresário, “parte da influência desse novo desenho vem da necessidade de acomodar novos serviços e áreas mistas que unem espaços residenciais, salas comerciais e até estações próprias de trens ou metrôs”.
Sustentabilidade foi um ponto importante colocado em debate por Luiz Roberto Lacombe, superintendente do Grupo Soifer e Sérgio Athié, sócio-fundador e co-presidente da Athié Wohnrath. Para eles, os empreendimentos do setor incorporam cada vez mais a otimização dos recursos naturais, como a priorização de iluminação natural e reaproveitamento da água.
Os desafios da interiorização e de se levar um empreendimento para áreas ainda não exploradas por outros players foram abordados por Eduardo Gribel, presidente da Tenco. “Um dos desafios é a comercialização das lojas, por isso, hoje, o nosso maior trabalho é buscar franqueados que tenham o interesse de levar suas marcas ao interior do País e apresentá-los aos empreendedores locais, os quais também contam com nosso apoio em outros momentos, como na solicitação de crédito”. Jaimes Almeida Junior, CEO da Almeida Junior; Marcelo Bertini, presidente da Cinemark e Marcus Teles, presidente da Rede Livraria Leitura e da ANL – Associação Nacional de Livrarias enriqueceram os debates ao mostrarem a necessidade da conexão do centro de compras com a sociedade, ainda mais em cidades do interior. Segundo eles, um centro de compras nessas áreas passa a ter um papel fundamental no desenvolvimento econômico da região.
O novo desenho do varejo no Brasil
Edson Kawabata, diretor de Estratégia e Desenvolvimento do GPA – Grupo Pão de Açúcar, elencou os fatores que configuram o atual varejo brasileiro, como o fato do mercado se tornar cada vez mais multicanal devido à inclusão digital, no qual o maior acesso à informação se traduz em transparência e convergência de preços, as pressões inflacionárias impõem maior eficiência, existe uma tendência de maior formalização e rigor do governo, a entrada cada vez maior de players nacionais no mercado brasileiro e as pressões competitivas. Gabriela Baumgart, diretora executiva da Cidade Center Norte; Marcos Tadeu, diretor de expansão da Riachuelo e Paulo Stewart, presidente da Saphyr Shopping Centers reforçaram a necessidade que os shoppings têm atualmente para se adaptarem a este novo consumidor e, consequentemente, proporcionarem novos modelos de negócios para atendê-los.
Contribuição ao setor
Marcos Gouvêa de Souza finalizou o evento afirmando que “os desafios apresentados no evento ficaram muito claros”. Entre eles, algo que pode ser observado é o fato do ambiente digital ser visto hoje uma oportunidade e empoderamento do consumidor, o que permite novas demandas e reconfigura o formato de shopping center. Ao final, o empresário sugere um diálogo entre os segmentos de varejo, serviços e shopping centers para tratarem em comum a busca de novos caminhos, sempre em prol do crescimento do setor e do País. “Há um ambiente que nos permite transformar a crise em oportunidade. Precisamos criar uma agenda construtiva para o setor e para o País. O Brasil é referência mundial na qualidade de shoppings, tecnologia, entretenimento e eficiência comunitária”, disse o presidente.
Fonte: LIDE BR