O secretário-executivo de Coordenação de Governo da cidade do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Carvalho, informou nesta segunda-feira (14), em seminário do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) na capital fluminense, que 73% dos cariocas aprovam os Jogos Olímpicos, de acordo com levantamento do Ibope da semana passada. Segundo ele, trata-se do maior nível de aprovação já verificado — o índice anterior era de 72%.

Para o secretário, o índice, aferido num momento em que a cidade passa por obras, é “uma percepção de que a Olimpíada não é só concentrada nos jogos e está significando transformações para a cidade inteira”.

Segundo Pedro Paulo, a 326 dias das Olimpíadas, 85% das obras estão concluídas assim como 87% do Parque Olímpico. O secretário frisou que as obras estão no prazo e “sob controle” e atribuiu a aprovação ao cumprimento de prazos.

Em apresentação em que discorreu sobre orçamento e organizações estrutural e logística da capital para os Jogos, o secretário revelou que a prefeitura quer reduzir em 40% os deslocamentos casa-trabalho durante as Olimpíadas. Para isso, a prefeitura dará ênfase ao uso do transporte público durante os Jogos para reduzir, principalmente, os deslocamentos de carro.

— A mobilidade é o grande desafio de todas as Olimpíadas.

A fim de diminuir a circulação, Pedro Paulo fez um apelo aos empresários presentes para que contribuam no que diz respeito à circulação de seus funcionários durante o evento. Ele citou que as férias escolares da rede municipal serão adiadas para agosto, entre os dias 1º e 28. Também foram definidos dois feriados: o primeiro no dia 5 de agosto, abertura dos Jogos, e o outro no dia 18, quando será realizada prova de triatlo.

Segundo o secretário, a cada R$ 1 investido em instalações olímpicas, R$ 5 estão sendo investidos na cidade. Pedro Paulo afirmou que, em 2009, 16% da população usava transporte público de massa (metrô, barcos e trens). A meta para 2017 é que 63% da população esteja utilizando esses veículos, disse o secretário, citando a ampliação do metrô até a Barra da Tijuca, corredores de ônibus — os BRTs — e o sistema VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), no centro da capital.

Pedro Paulo, que definiu como “adequado” o modelo de PPPs (Parcerias Público-Privadas) para financiamento dos Jogos, afirmou que  um dos “mantras” da prefeitura é afastar a figura do “elefante branco” do legado das obras olímpicas. Ao comentar a aprovação da população, ele disse que o contexto da preparação dos Jogos é diferente do da Copa do Mundo, quando as cidades brasileiras enfrentaram onda de protestos nas ruas.

Realizado no hotel Copacabana Palace, o evento do Lide tem apoio da Rede Record. Participaram o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Nuzman; o secretário estadual de Esportes, Marco Antônio Cabral; o presidente da Empresa Olímpica Municipal, Joaquim Monteiro de Carvalho, e o diretor-executivo do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Marcus Vinicius Freire.

Também compôs a mesa o diretor Comercial da Record Rio, Thomaz Naves. Ele afirmou que, pela primeira vez, o País contará com a transmissão de Jogos Olímpicos por duas emissoras de televisão, o que beneficia o telespectador brasileiro, que terá a chance de escolher em qual delas vai se informar sobre o evento.

Nuzman, que foi homenageado no seminário, definiu a passagem da tocha olímpica como “um dos eventos mais difíceis da humanidade”. A tocha, que chega ao Brasil no final de abril do próximo ano, vai passar por 27 capitais e mais de 300 cidades. No Rio de Janeiro, Pedro Paulo afirmou que a passagem da tocha é mais um “desafio operacional”, pontuando que os Jogos contarão com nove dias com provas de rua. Até as Olimpíadas, a previsão é de que sejam realizados 43 eventos-teste na cidade.

Fonte: Silvia Ribeiro | R7