A exemplo do bom desempenho da economia criativa no mundo, que vem alavancando a economia de países em crise como China, Reino Unido e Canadá, a implantação deste modelo de economia no Brasil e no estado do Rio de Janeiro tem apresentado resultados significativos, com potencial para impulsionar o crescimento do mercado de negócios para empreendedores e oferecendo oportunidades  para trabalhadores em diferentes áreas.

O Rio Criativo, iniciativa da Secretaria de Cultura, primeira incubadora do Brasil focada exclusivamente nos setores da economia criativa , está chamando a atenção da classe empresarial.  O Lide Rio, instituição independente que reúne empresários em 12 países e quatro continentes, organizou  o Forum Empresarial de Cultura & Inovação,  tendo como convidados da última terça-feira (19/07), a  Secretária de Cultura, Eva Doris Rosental, juntamente com o Assessor Especial de Economia Criativa, Marcos André Carvalho e o Coordenador de Audiovisual, Felipe Lopes, que falaram sobre a Incubadora Rio Criativo , sobre o programa Cidades Criativas – parceria com a Firjan e o Sebrae –  e sobre  a Film Comission RJ.  O Fórum, que aconteceu no Belmond Copacabana Palace Hotel, contou também com uma exposição da economista e Doutora em Urbanismo, Ana Carla Fonseca, sobre Economia Criativa, Cidades e Negócios, na presença de cerca de 70 empresários. Gabriel Pinto, gerente da Indústria Criativa da Firjan também compôs a mesa.

– A economia criativa já é a maior cifra de negócios do mundo na área da cultura e do entretenimento. Cultura é um grande negócio. Cada iniciativa dessas é muito bem vinda e é da maior importância que o estado desenvolva políticas públicas nesta direção – disse Luci Barreto, da LC Barreto, uma das convidadas do evento, produtora de cinema que está atuando no setor de audiovisual  há mais de 30 anos.

A incubadora Rio Criativo foi citada pela ONU, em 2010,  como  referência na América Latina. O estado do Rio é  hoje o maior polo de economia criativa do país, segundo dados da Firjan, tendo superado o estado de São Paulo.

Na cultura, fazem parte da economia criativa o ramo das artes, com a música, as artes cênicas, artes visuais, cinema de animação, cultura popular, literatura e artesanato; as plataformas de conteúdo como TV e rádio, games, mercado editorial e indústria de espetáculos; a moda, design, arquitetura, publicidade, patrimônio,  grandes eventos, e ainda o turismo cultural, além de diversos serviços.

– No Brasil, país que está sofrendo com o desemprego, em 10 anos nós tivemos o número de empregos nestes setores dobrando, explica Marcos André Carvalho. Conforme dados da Firjan, os investimentos na qualificação são altos, mas a média de rendimentos no país para quem trabalha nesta área é de 5 mil e 400 reais, enquanto a média nas áreas não relacionadas à economia criativa é de 2 mil e 100 reais.  No Rio, a média salarial chega a cerca de 8 mil reais, com uma quantidade de profissionais acima de 15 mil, somente no setor da cultura. Nossa sede é na capital, mas atendemos os 92 municípios, levando caravanas às cidades e recebendo empreendedores de todas as regiões.

Ressaltando a importância de trazer o tema para o empresariado, Eva Doris Rosental acredita na eficácia de ações conjuntas, buscando parcerias com outras secretarias e instituições, como estratégia para o desenvolvimento.

– Com  a conexão entre o poder público e o setor privado a gente vai conseguir  virar essa crise enorme que  vivenciamos hoje. A Cultura, o Turismo, o Meio Ambiente, o Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, tudo isso tem que ser trabalhado de forma articulada.  Não há a menor dúvida de que Cultura e Desenvolvimento andam completamente juntos.

Na visão da palestrante Ana Carla Fonseca, especialista em economia e urbanismo, a  SEC vem tendo um trabalho pioneiro, não somente em desenvolver uma estratégia pautada pela economia criativa, mas em especial por estabelecer conexões entre órgãos como Sebrae e Firjan, por exemplo, além de outras pastas públicas, e de diálogos com instituições de fora.

– Acompanho este trabalho ano após ano, e sei que o estado, através da Secretaria,  tem conseguido se adaptar, incorporar novos atores para se estruturar e fazer com que o as ações tenham robustez. Isso é absolutamente visceral para sua continuidade, gestão após gestão, e para que não seja somente uma boa ideia que acaba se esvaziando.

Fonte: Secretaria de Cultura RJ